sexta-feira, 12 de março de 2010

Contradição é apenas a ponta

É definitivo, os anos estão passando cada vez mais rápidos. As semanas começam e terminam num piscar de olhos. Nem dá tempo de sentir aquela preguiça na Segunda-Feira, quando vê já é Quarta e para se tornar Sexta é um pulinho. Não me importo que tudo isso soe clichê ou previsível. Hoje em dia entendo, aquela frase que encabeça toda conversa que se repete no final de ano quando as pessoas se encontram “ Bah, mas esse ano passou voando.” Achava graça pensando que era como comentar sobre o tempo, quando se está compartilhando o elevador com um total estranho. Ou “papo de velho”-como gostava de falar.
Não sei dizer ao certo o motivo dessa mudança brusca na velocidade do tempo, olho pra trás e não consigo lembrar se já havido me sentido assim. Os dias eram longos, fazer as obrigações era o mínimo, todos os eventos ocorridos eram extremamente marcantes e pontuais, briguinhas banais eram vistas como a Terceira Guerra Mundial. Tudo muito expansivo, aparecendo como contraponto ao diminuto que é agora. Não me entenda mal, não estou menosprezando o presente. ADORO O PRESENTE ( permitam-me o trocadilho).
É apenas que nos últimos 2 anos, sinto que um dia têm sido pouco para dar vencimento em tudo que é necessário. 24 HORAS É POUCO. Contudo, é muito estranho notar que consigo fazer mais coisas do que fazia antes. Otimizar o tempo,sabe?! Briguinhas banais são apenas isso. Death Line( Data de Entrega Final) é o desespero. Uma correria que por mais que exija de mim, me faz Feliz. Além de felicidade, essa luta contra o relógio, realmente faz com que me sinta útil. Na realidade, é um paradigma que ainda não tenho alcance para definir. Quando tenho um milhão de coisas para fazer, dou uma “enloquecida”, mas no final do dia a sensação de sucesso toma conta de mim. Missão cumprida. Quando não tenho nada pra fazer (raramente)...por mais que no começo pareça ser um desejo sendo realizado, depois das cinco primeiras horas me canso. O ócio é algo que me entedia profundamente.
Talvez seja a maturidade chegando e eu aprendo a lidar com ela. Existe a possibilidade dos calendários sempre terem se esvaído rapidamente, apenas eu que não tinha notado. Ou com a aproximação de 2012, tudo tenha começado a andar para frente nessa velocidade assustadora. As hipóteses são inúmeras, porém a que repetitivamente aparece em minha mente é a mais simples de todas: Talvez esteja ficando velha.
Tendo papo de velho. Quando me dar conta, estarei sentada no sofá, tomando um cházinho. Com um roupão cor de rosa e meias puxadas ao máximo. Bobs nos cabelos e óculos escorregando na ponta do nariz, relatando minhas dores cronicas e genéticas para o Sílvio Santos na televisão. Tudo muito caracturizado, todavia extremamente divertido.

Joana Scarsi Barboza